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Olheiras Profundas – Como tratar: Deformidade do sulco Nasojugal (tear trough) – Tipos e Opções de tratamento

O que é o tear trough ou sulco nasojugal? É uma depressão inestética que ocorre na região da pálpebra inferior. Essa região confere um aspecto cansado ao olhar, e pode ocorrer em jovens. Um dos itens mais importantes que conferem a beleza ao olhar é a transição suave entre a pálpebra e a bochecha. Entretanto, seu tratamento é desafiador. Como surgiu esse termo? O termo “tear trough” (ou “goteira lacrimal”, em tradução livre) foi primeiramente descrito para se referir ao desenvolvimento dessa depressão visível ao longo do terço médio da pálpebra inferior. Porém, o uso contemporâneo do termo refere-se à uma gama variável de deformidades na junção pálpebromalar, resultado de mudanças complexas relacionadas à idade. Quais as causas do tear trough? As causas podem ser constitucionais (ou seja, pela anatomia facial da própria pessoa) ou pelo envelhecimento. As causas constitucionais incluem adesões da musculatura e outras estruturas palpebrais ao osso da órbita, causando essa depressão aparente sem a frouxidão tecidual. Já durante o envelhecimento, ocorre uma frouxidão das estruturas faciais como um todo, com descenso da gordura da pálpebra. Visualmente, isso cria um aumento aparente na profundidade da “olheira”. O descenso inferior é limitado pela forte e direta adesão do músculo palpebral à parte óssea da sua região medial – essa queda das estruturas ocorre progressivamente, criando um aumento na profundidade, bem como no comprimento do tear trough. Com o aumento da magnitude do descenso, um sulco se desenvolve lateral e inferiormente ao inchaço da gordura central da pálpebra — o sulco palpebromalar. Este último cria uma demarcação visível e divisão da junção pálpebra-bochecha lateralmente. – Tríade do sulco nasojugal: associação de várias características anatômicas que dão origem à deformidade tear trough (figura 2): Figura 2. Tríade do sulco nasojugal. Quais os possíveis tratamentos? A correção dessa deformidade é desafiadora. Pode incluir procedimentos direcionados ao rejuvenescimento tanto da pálpebra inferior quanto da área média da bochecha, dependendo de sua gravidade. Em pacientes mais jovens (que possuem sulco nasojugal causado apenas por variações anatômicas) o tratamento consiste, geralmente, em preenchimento da goteira com ácido hialurônico ou lipoenxertia. Em pacientes que apresentam a deformidade causada pelo envelhecimento, o tratamento depende do seu grau (figura 3).  Porém, além do envelhecimento orbitário, toda a face média deve ser avaliada a fim de indicar a melhor forma de resolver a queixa do paciente (figura 4). Figura 3 – Classe I: “Deformidade do sulco nasojugal” ou “tear trough”: sulco nasojugal proeminente (pode ser constitucional). – Classe III: Sulco nasojugal confluente com o sulco palpebromalar (depressão proeminente na região entre a pálpebra e a bochecha), na parte lateral da órbita inferior). Classificação do envelhecimento da pálpebra e face média Figura 3. Envelhecimento da face média e órbita Deformidade Grau 0 Sem linhas mediais ou laterais. O contorno é liso e jovem; nenhuma transição na junção palpebromalar. Grau I A linha medial ou sombra é leve ou sutil. A junção palpebromalar tem uma transição lateral suave. Grau II A junção palpebromalar mostra uma proeminência moderada, estendendo-se de medial a lateral. Grau III A junção palpebromalar mostra uma proeminência severa, com um degrau óbvio entre órbita e bochecha. Grau IV Deformidades mais graves são caracterizadas por mudanças que não se limitam à pálpebra. OK, já entedi que depende do envelhecimento, mas enfim, qual o melhor tratamento para cada fase? Casos mais leves e moderados (graus I e II) podem ser tratados com procedimentos menos invasivos com injetáveis: preenchimentos faciais, bioestimuladores de colágeno para melhora da firmeza de pele e tecnologias. Pacientes que claramente se beneficiariam da cirurgia são aqueles com herniação de gordura orbital e significativa flacidez da pele (casos de envelhecimento mais avançados). As opções a serem avaliadas são: blefaroplastias com ressecção ou reposicionamento de bolsas de gordura, suspensão de SOOF ou lifting facial.  Os tratamentos minimamente invasivos e cirúrgicos podem ser combinados, variando caso a caso. Assim, a indicação do melhor tratamento deve sempre ser individualizada, após uma avaliação e exame físico completo realizado por um médico especialista. Se quiser saber se seu cirurgião plástico é credenciado na SBCP clique aqui ou veja se ele possui o RQE (registro de qualificação de especialidade) em cirurgia plástica no CFM — clique aqui. Para finalizar, eu já falei sobre as olheiras pigmentares em um blog anterior, se quiser relembrar, clique aqui.

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Por Que Devo Parar De Fumar Antes De Uma Cirurgia Plástica?

Antes de qualquer procedimento eletivo (agendado), uma das recomendações é que cesse o tabagismo. Essa recomendação é especialmente importante em uma cirurgia estética. Você sabe o por quê? Primeiro, um fato importante: a Organização Mundial da Saúde estima que o tabaco mate mais de 8 milhões de pessoas por ano. Dessas, mais de 7 milhões resultam do seu uso direto, enquanto cerca de 1,2 milhão é o resultado de não-fumantes expostos ao tabagismo passivo. Referente a cirurgia, as causas de complicações pelo cigarro são multifatoriais: 1) Dano Vascular A nicotina e as toxinas presentes no cigarro promovem danos diretos aos vasos capilares, obstruindo a circulação corporal de extremidades (periférica). Essa obstrução da circulação e diminuição do calibre dos vasos desequilibra o sistema de coagulação. Além disso, radicais livres da fumaça do cigarro alteram a forma dos diversos tipos de colesterol (principalmente os ruins, LDL e VLDL), aumentando a chance deles se depositarem na parede dos vasos em forma de placas de gordura. Associado a isso, as toxinas aumentam a inflamação do organismo de modo geral, inclusive dessas placas de gordura dos vasos sanguíneos, elevando o risco de obstrução. Já a nicotina, aumenta a liberação de substâncias (catecolaminas) que aumentam a chance de hipertensão arterial. A hipertensão arteirial também promove lesão vascular indireta. Todos esses fatores (individualmente e associados) aumentam consideravelmente o risco de trombose. 2) Dano pulmonar Fumantes apresentam maior risco de infecção respiratória e comumente também apresentam tosse crônica. A força realizada durante a expiração abrupta na tosse, pode promover uma tensão na região operada, com predisposição a abertura de pontos (deiscência). O mecanismo da tosse também aumenta a pressão arterial temporariamente, podendo resultar em hematomas e sangramentos. Além disso, fumantes inveterados apresentam danos pulmonares crônicos, com consequente aporte menor de oxigênio para o organismo. Essa fator, por si só, não pode ser revertido em um período curto de parada do tabagismo, e deve ser levado em conta durante a decisão cirúrgica. 3) Prejuízo no processo de cicatrização O monóxido de carbono (CO) inspirado tem alta afinidade pela hemoglobina (que carrega o oxigênio no organismo), formando a carboxihemoglobina . Essa ligação dificulta a oxigenação dos órgãos, incluindo a pele. Esse fator, associado ao dano vascular citado acima, impede que tenha nutrição adequada da ferida operatória, dificultando a formação do colágeno (fundamental na cicatrização) e prejudicando o fechamento da lesão. O que isso quer dizer? Esses fatores isoladamente, resultam em prejuízo no transporte de oxigênio e nutrientes pelo sangue. Associados, esses danos acumulam-se e, suas consequências, em um pós operatório, podem ser catastróficas. Na prática, o processo se traduz em um aumento considerável dos riscos de: necrose: morte tecidual de extensão variável, principalmente em cirurgias que requerem descolamento de pele, como lipoabdominoplastia, rinoplastia, lifting facial, blefaroplastia. embolia pulmonar, com riscos à vida tromboses deiscência de feridas (abertura de pontos) e dificuldade de cicatrização acúmulo de líquido (seroma, hematoma) prejuízo do resultado estético tardio Quando parar de fumar? O período de interrupção do tabagismo depende do porte cirúrgico e pode variar de 1 a 6 meses. Porém, esse período ideal ainda é motivo de estudos e não há um consenso absoluto atual. A decisão cirúrgica é conjunta, do paciente com seu cirurgião. Informações omitidas em uma consulta pré-operatória podem trazer consequências de difícil manejo e, algumas vezes, irreversíveis. De qualquer forma, a cirurgia pode ser um estímulo a mais para deixar o vício de lado definitivamente. Inclusive, há estudos que comprovam que o preparo para a cirurgia pode influenciar nessa eliminação definitiva do mau hábito (já falei sobre isso em um post anterior, se quiser relembrar, clique aqui). Já falei também sobre os efeitos do cigarro no envelhecimento, se quiser relembrar acesse o post: Fumar cigarro faz mal para a pele.

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Tudo Sobre Tatuagem Após Uma Cirurgia Plástica

Quanto tempo após a cirurgia plástica posso fazer uma tatuagem sobre a cicatriz? Após uma cirurgia estética, alguns pacientes desejam realizar uma tatuagem para esconder a cicatriz. Antes de discutirmos sobre o tempo ideal para sua realização, precisamos discutir alguns aspectos da cicatrização. Após uma ferida na pele, o processo de reparo passa por três fases, até sua maturação final. Não entrarei em detalhes sobre todas as fases, pois os termos são extremamente técnicos e não interessam no momento. Porém, é importante salientar que a cicatriz atinge seu resultado final com aproximadamente um ano de cirurgia. O que isso quer dizer? Alguns pacientes queixam-se da cicatriz avermelhada nos primeiros meses após a cirurgia. Se esse é o motivo da busca de uma camuflagem local, é importante salientar que, com o término do processo de cicatrização, a grande maioria tornar-se-á clara, quase imperceptível. Mais de 90% dos pacientes não se queixam do aspecto da cicatriz após sua evolução e maturação final (Fig. 2). Mas, se mesmo com essa informação o desejo permanece, vamos ao momento certo de realizar a tatuagem A tatuagem é realizada pela aplicação de um pigmento na derme (segunda camada da pele em profundidade). A tinta fica restrita e estável nessa região, visto que são compostas por partículas grandes, que não podem ser eliminadas pelas células do organismo. Caso sejam depositadas mais superficialmente, acabam perdidas pela descamação natural da pele. Após a realização desse procedimento, o corpo recruta diversos fatores de cicatrização, promovendo também um processo inflamatório local. Durante o período de recuperação da cirurgia, uma tatuagem pode comprometer os dois processos de cicatrização. Como expliquei acima, a cicatriz de uma cirurgia demora aproximadamente 1 ano para atingir sua fase final de maturação . Então, não fica difícil compreender que somente após esse período é recomendado um novo processo inflamatório e nova “agressão” sobre a região, certo? Passando essa fase, o risco de um novo procedimento trazer problemas à cirurgia é reduzido. Outro ponto é referente à absorção do pigmento em regiões cicatriciais. Cicatrizes não possuem as camadas da pele organizadas e bem estabelecidas como na pele íntegra. Por esse motivo, uma área cicatricial pode ter uma dificuldade maior em absorver a tinta e mais de uma sessão, ou retoques da tatuagem, podem ser necessários. Mas como fica a tatuagem em regiões operadas, mas sem a cicatriz propriamente dita? Para regiões manipuladas cirurgicamente (como área de lipoaspiração, abdome pós abdominoplastia, etc.), mesmo que não tenha a cicatriz propriamente dita, a regra é a mesma. Primeiro porque a região passa pelas mesmas fases de cicatrização e recuperação, mesmo que não visíveis externamente. Depois, porque a área operada apresenta um edema (inchaço) comum a qualquer região traumatizada. Inchaço esse, que estimamos ter remissão completa após 12 meses de procedimento (quando, enfim, atingimos sua configuração final). Portanto, qualquer desenho realizado durante esse período, pode ficar ligeiramente distorcido após a recuperação total e perder parte de sua beleza. E quanto à cobertura de quelóides? Tatuagens em pacientes com quelóides não são, em absoluto, recomendadas. O trauma comum ao procedimento pode reativar o processo e piorar a cicatriz patológica. Na verdade, não recomendo a tatuagem para nenhum paciente que tenha predisposição ao quelóide. Mesmo em pele íntegra, em regiões nunca manipuladas, a tatuagem pode resultar no aparecimento dessa alteração cicatricial e apresentar um resultado inestético indesejável. E regiões não operadas e não manipuladas, podem ser tatuadas precocemente após uma cirurgia plástica? Em qualquer recuperação pós operatória, existe o risco inerente de infecção local. Porém, com os cuidados adequados durante o ato cirúrgico e a colaboração do paciente na sua rotina de recuperação (no que se refere a higiene, uso de medicações e demais cuidados), esse risco é extremamente minimizado. Durante esse período, o cuidado para evitar portas de entradas para bactérias deve ser redobrado. Um foco de infecção pode originar-se em uma região distante e atingir, pela corrente sanguínea, os tecidos manipulados cirurgicamente, causando complicações que podem ser severas, além de comprometer o resultado estético. As implicações tendem a ser mais importantes em cirurgias que envolvam a colocação de próteses de silicone. Ela pode resultar, inclusive, na necessidade da retirada dos implantes para controle infeccioso e, seguindo essa retirada, um período livre das próteses, para  que a cura total possa ser alcançada. Assim, é importante que o paciente respeite esse período de recuperação inicial da cirurgia antes de se submeter a uma nova tatuagem. Camuflagem de cicatrizes Há um vertente, denominada tatuagem estética, onde cicatrizes hipocrômicas (mais claras) são pigmentadas de forma a ficarem com o tom semelhante ao tom da pele natural do paciente. Cicatrizes hipercrômicas (mais escuras) não podem ser tratadas dessa forma, e requerem outros tipos de abordagens,  individualizadas caso a caso. Porém, apesar da abordagem e objetivos diferentes, o tempo para a realização desse tipo de pigmentação é o mesmo do que as anteriores, devendo ser respeitado o tempo de maturação da cicatriz. Orientações gerais Respeitadas todas as orientações acima, os cuidados, como em qualquer procedimento invasivo, são essenciais: Tendo em vista as recomendações acima, as tatuagens podem ser realizadas com segurança e tranquilidade.

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A “Melancolia do Zoom”: o Aumento de Videochamadas Levou a Um Número Recorde de Busca Por Cirurgia Plástica

Um estudo realizado pela Universidade de Harvard e publicado no periódico científico Facial Plastic Surgery & Aestetic Medicine, sugeriu que um número recorde de pessoas estão buscando procedimentos estéticos após olharem-se constantemente em plataformas de videochamadas, como o Zoom.             Cirurgiões norte americanos relataram uma maior número de pacientes insatisfeitos com suas aparências devido as videochamadas.             Narizes e rugas são as queixas mais comuns no fenômeno que os especialistas apelidaram de “Dismorfia do Zoom”.              Além disso, eles perceberam que no lockdown, aumentou o número de pesquisas no Google por tratamentos para acne, calvície e rugas.             Os especialistas alertam que as videochamadas distorcem a aparência dos usuários, alterando-a da realidade.              Em 2019, antes do COVID-19, um outro estudo relatou que 72% das buscas por procedimentos estéticos tinham como objetivo uma melhora das selfies (eu falei sobre isso em uma matéria anterior, se quiser relembrar, clique aqui             Além disso, os especialistas descobriram que maiores níveis de engajamento nas redes sociais é diretamente correlacionado a maiores níveis de insatisfação corporal.             “Um tempo desproporcionalmente gasto no Zoom pode desencadear uma círculo de comparações e auto crítica”, relata uma das autoras do artigo, a dermatologista Arianne Shadi Koroush, do Hospital Geral de Massachussets. Ela também acrescenta que “isso pode levar a busca de especialistas por pessoas, com o objetivo de tratar incômodos que passavam desapercebidos antes dos meses em frente à câmeras de vídeo.”             Um outro trabalho mais antigo descobriu que uma foto tirada a 30 centímetros pode aumentar a percepção nasal em 30%, quando comparado a um retrato tirado a 1,5 metro (também falei sobre isso em uma matéria anterior, se quiser relembrar clique aqui             Da mesma forma, as webcams, gravadas em distâncias focais curtas, tendem a reproduzir uma face mais redonda, olhos fundos e narizes maiores. Com isso, é importante que os pacientes reconheçam as limitações da webcam e que entendam que elas são, no máximo, uma representação imperfeita da realidade.             “A teoria, contextualizada no Zoom é particularmente interessante, já que o paciente é também seu espectador”, afirma Koroush. “Eles podem sentir-se mais deprimidos por causa das rugas que veem, o que, por sua vez, afetam negativamente suas emoções, levando a um perigoso círculo vicioso de auto depreciação.”             Este é um conceito moderno e interessante, de como a aparência pode afetar negativa ou positivamente as nossas emoções, eu falei um pouco sobre ela no artigo “Toxina Botulínica no Tratamento da Depressão”.             “Isso torna-se uma preocupação maior quando o indivíduo transforma a preocupação ocasional com defeitos reais ou imaginários, em uma obsessão. A pandemia do COVID-19 realmente mudou radicalmente a frequência com que fomos obrigados a confrontar nossa imagem”,  relata o o cirurgião plástico Benjamin Marcus, da Universidade de Winsconsin. “O homeoffice, ensino ou mesmo a socialização à distância, aumentou drasticamente o tempo que passamos nos observando.”             “Sempre foi incumbido ao cirurgião plástico, compreender a motivação dos pacientes ao buscar uma cirurgia estética. Isso assegura ao médico que os resultados sejam realistas, o que é indispensável para cirurgias bem sucedidas”, acrescenta Travis Tollefson, cirurgião da Universidade da Califórnia. Fontes: Facial Plastic Surgery & Aestetic Medicine Daily Mail

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Quando Não Aplicar Toxina Botulínica?

A toxina botulínica é o procedimento estético não cirúrgico mais realizado em consultórios de cirurgia plástica, segundo dados da SBCP. Nos últimos anos, sua aplicação teve um aumento de 360%. Sempre lemos a respeito de suas principais indicações mas, quando devemos evitá-la? Não é incomum em minha prática contraindicar algum procedimento em meu consultório. Vou explicar as circunstâncias em que isso ocorre com a toxina. As linhas frontais estendem-se horizontalmente na região da “testa”, e são resultados da contração dos músculos frontais que, além de levantar as sobrancelhas, ajudam na abertura das pálpebras superiores. Essa contração é também responsável pela formação de rugas dinâmicas (ao movimento) e estáticas (que permanecem mesmo ao repouso muscular). Pacientes com sobrancelhas baixas ou pesadas (ptose de supercílio), que possuem pequeno excesso de pele na pálpebra superior podem beneficiar-se do tratamento com a toxina botulínica. Isso porque o efeito resultante, com discreto arqueamento do supercílio, pode melhorar a região palpebral e suavizar o olhar. No entanto, pacientes com sobrancelhas muito altas (simétricas ou assimétricas), rugas frontais muito aparentes, excesso de pele moderado a severo nas pálpebras ou pálpebras caídas, podem ser prejudicados com o tratamento isolado com a toxina. Esses pacientes geralmente utilizam a musculatura frontal para compensar ou otimizar a abertura dos olhos. A aplicação da medicação, com a paralização da região, resulta no reposicionamento do supercílio e pode descompensar esse equilíbrio, com consequente queda das pálpebras e prejuízo da visão. Nesses casos, a melhor opção é primeiro a correção da causa base, e pode envolver: Blefaroplastia: indicada para os casos com excesso de pele predominante. Correção de ptose palpebral: quando o principal problema é na abertura palpebral e nos músculos intrínsecos envolvidos na ação. Cirurgias combinadas: quando a causa envolve ambos os fatores. Após a correção da causa base, a toxina é bem vinda para melhora do aspecto da região frontal (testa) e pés-de-galinha! Se também quiser saber mais sobre suspensão cirúrgica de supercílio, acesse o link: https://marcelascarpa.com.br/elevacao-do-supercilio/

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Lipoaspiração Em Homens

Como já falei em um blog anterior, a busca pelo público masculino, por procedimentos e cirurgias estéticas está em uma curva ascendente e já é rotina no meu consultório. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a cada dois minutos, um homem realiza procedimento estético no Brasil. Abaixo coloquei as últimas matérias sobre o assunto, caso queira relembrar: Procedimentos masculinos em alta Cirurgia plástica para homens Procedimentos masculinos aumentam a atratividade e confiabilidade Com a lipoaspiração, a tendência manteve-se, deixando de ser exclusividade do publico feminino. Como funciona a lipoaspiração masculina? O objetivo de qualquer lipoaspiração é a retirada da gordura localizada (aquelas que, apesar dos exercícios físicos e das dietas nutricionais, não desaparecem), nos homens, são mais comumente concentradas na região abdominal, submento (papada), região peitoral e flancos. Além disso, com o envelhecimento masculino, há uma diminuição natural do metabolismo, com consequente aumento na deposição de gordura localizada, que fica mais evidente. Porém, o objetivo de qualquer lipoaspiração nunca é o de emagrecimento, mas sim de remodelamento corporal. Assim, como se pode pressupor, o paciente ideal para a cirurgia é aquele que se encontra dentro da sua faixa de peso ideal (IMC entre 20 e 25). Mas qual a diferença entre a lipoaspiração em homens e mulheres? Apesar de seguirem o mesmo princípio e técnica cirúrgica, o contorno corporal almejado em homens é completamente diferente do em mulheres. Esse procedimento no público feminino visa a formação e acentuação de curvas, mantendo um quadril mais largo e cintura fina. Já em homens, o corpo almejado é o em formato de triângulo invertido, com tórax e ombros mais largos, cintura retificada, quadril e coxas mais estreitos. Há basicamente 3 biotipos em homens: Ectomorfos: biotipo pequeno. Possuem estrutura óssea pequena, com musculatura pouco desenvolvida e ombros estreitos. Baixa porcentagem de gordura corporal e geralmente apresentam dificuldade em ganhar peso e músculo. Endomorfos: estrutua óssea grande e pesada. Ombros, tórax e coxas largas, com alta porcentagem de gordura corporal. Difícil identificar musculatura. Mesomorfos: proporções ósseas, musculares e gordura equilibradas, com porte atlético. A musculatura é proeminente nesse biotipo. São os melhores candidatos à lipoaspiração, com resultados mais satisfatórios. Já sobre as proporções femininas, falei em dois artigos anteriores: Qual o formato do bumbum ideal O formato do glúteo ideal Assim, diante do apresentado, o cirurgião plástico deve sempre observar o biotipo e individualizar a técnica cirúrgica para cada paciente. E quais procedimentos são os mais procurados pelo público masculino? Abaixo, uma lista dos procedimentos estéticos de maior procura pelos homens: Lipoaspiração Ginecomastia (diminuição das mamas masculinas) – tem 80% da sua procura pelo público adolescente Cirurgia das pálpebras Rinoplastia Otoplastia (correção de orelha em abano) Implante capilar Quanto à lipoaspiração, especificamente, já expliquei sobre os diferentes tipos da técnica, em uma matéria anterior, se quiser relembrar, clique aqui Os cuidados para o procedimento: Antes de ser submetido ao procedimento cirúrgico, um passo primordial a ser realizado é o processo pré-operatório detalhado. O paciente deve realizar diversos exames específicos, bem como uma avaliação médica cuidadosa.  Outro ponto a ser considerado é que a SBCP impõe um limite máximo de segurança de volume aspirado, sendo permitido até 7% do peso corporal. Além disso, essa cirurgia deve ser realizada apenas por um profissional médico especializado e em um ambiente hospitalar, com todos os aparatos adequados disponíveis. Se quiser saber mais sobre a cirurgia, recuperação e tempo para resultado final, acesse o perguntas e respostas 

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Você Acha Seu Nariz Grande? Confira o Motivo Explicado Pela Ciência

A rinoplastia é uma das cirurgias plásticas mais populares entre os brasileiros, sendo realizadas mais de 200.000 ao ano no país. Mas você sabe o que define o perfil facial de uma pessoa? Herança genética As pessoas apresentam uma grande diversidade de perfis faciais, sendo atribuídas, muitas vezes, às adaptações ao meio ambiente. Os narizes geralmente acompanham características étnicas específicas de cada população. Porém, a miscigenação atual impede a previsibilidade dessas atribuições. Um trabalho científico, publicado em 2019, realizado por um grupo de pesquisadores de diversos países avaliou as origens de cada característica facial. O estudo analisou a fotografia de 6275 pessoas da América Latina (região escolhida justamente por sua diversidade étnica). Partiram, então, dessas fotos para criar modelos de computador em 3D, que pudessem ser estudados nos mínimos detalhes. Eles dividiram, então, a face em 14 características como (Figura 1.): relacionadas ao terço inferior da face: formato e projeção do queixo,  espessura dos lábios relacionadas ao terço médio da face:  projeção malar (das bochechas) relacionadas ao nariz: largura do dorso, ponte e asas, inclinação da columela, projeção, perfil e formato da ponta relacionadas ao terço superior da face: projeção do supercílio e perfil da fronte (testa).             A conclusão que chegaram foi a de que muitas das características avaliadas possuem correlação direta com idade, sexo, índice de massa corpórea (IMC) e características genéticas, descritas a seguir: observou-se forte correlação entre as características do terço superior da face com o sexo dos participantes; a idade interferiu diretamente na espessura dos lábios, enquanto a maior correlação do IMC foi com a projeção do supercílio a genética tem relação com espessura dos lábios (por exemplo, a descendência europeia apresentando correlação negativa, ou seja, lábios mais finos; essa ascendência também esteve associada à maior projeção do nariz). Já relacionado ao estudo genético, o trabalho descreve que dois genes (GLI3 e PAX1) são os principais responsáveis pela largura das narinas. Já o gene RUNX2 determina a largura do nariz (base nasal). O gene DCHS2 é o responsável pela projeção do nariz e pelo ângulo columelo-labial (o quanto ele é “arrebitado”). Quanto à projeção do mento (queixo), o gene EDAR foi o de maior importância. Este último também está envolvido no formato da orelha e nos pêlos: grossura da barba e tipo de cabelo (liso ou ondulado) Com isso, eles conseguiram comprovar as diversidades e origens de cada população, permitindo maior entendimento da evolução de nossas características faciais. Ancestralidade e processo adaptativo populacional Outro trabalho científico, realizado em 2017, pela Universidade de Illinois e Universidade da Pensilvânia (EUA), e publicado no PLOS Genetics, avaliou que os diferentes formatos nasais não são apenas resultados isolados do curso genético populacional, mas também das adaptações climáticas. Segundo Mark D. Shiver, um dos autores do estudo e professor de antropologia e geneticista da Universidade Estadual da Pensilvânia, “narizes longos e finos apareceram em áreas secas e frias, enquanto narizes curtos e largos ocorreram em áreas quentes e úmidas. Muitas pessoas testaram a questão com medidas do crânio, mas ninguém tinha feito medições em pessoas vivas”. Assim, o formato nasal é bem variável entre os indivíduos, porém, seguem um padrão mais ou menos definido. Por exemplo, as asas nasais são significantemente mais largas na população africana e asiática, quando comparada à europeia. A função primária do nariz é de aquecer o ar inspirado à temperatura corpórea e umedecê-lo antes de atingir o trato respiratório. Devido essa função, os pesquisadores interrogaram se os diferentes formatos nasais das populações não ocorreram por adaptações climáticas ao longo da evolução. Para testar se essa adaptação seria responsável pelo formato do nariz humano, os pesquisadores analisaram, através de imagens 3D, as medidas de cento e quarenta mulheres nativas de quatro regiões do globo: oeste africano, leste e sul asiáticos e norte europeu, correlacionando-as com: temperatura média anual do país umidade relativa umidade absoluta Como resultado, a largura da base das narinas estiveram fortemente correlacionadas com temperatura e umidade relativa da região. Isso indica que indivíduos de ascendência de climas quentes tendem a ter base nasais mais largas. Em contrapartidas, povoados descendentes de regiões frias e secas possuem, em sua maioria, narizes mais estreitos. Já a umidade relativa não teve importância no estudo. O resultado corrobora com a comprovação da fisiologia da respiração e teoria adaptativa ao longo da história, já que, em climas mais frios e secos, narizes mais estreitos permitem um maior turbilhonamento de ar e, por consequência, um aquecimento e umidificação mais efetivos. O resultado está de acordo com uma velha teoria chamada de “Regra de Thompson”, proposta pela primeira vez pelo anatomista Arthur Thompson, no ano de 1800. Os pesquisadores perceberam também que o tamanho das narinas não tinha uma variação significante na população, sendo apenas o formato (largura) relevante durante a evolução populacional. Outros fatores, porém, podem também influenciar o formato nasal, como a seleção sexual e as diferenças nas preferências culturais na escolha do parceiro, contribuindo também para as diferenças regionais.             Você sabia desses fatores e sua interferência no seu tipo facial? Já falei sobre as proporções faciais em uma matéria anterior, se quiser relembrar clique aqui             Falei também sobre os diferentes tipos nasais em outra matéria, se quiser relembrar, clique aqui Fontes: 1) Adhikari K, et al. A genome-wide association scan implicates DCHS2, RUNX2, GLI3, PAX1 and EDAR in human facial variation. Nat Commun. 2016 May 19;7:11616.  2) Zaidi AA, Mattern BC, Claes P, McEvoy B, Hughes C, Shriver MD. Investigating the Case of Human Nose Shape and Climate Adaptation. PLoS Genet. 2017 Mar 16;13(3):e1006616.

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Toxina Botulínica No Tratamento da Depressão

Estudos comprovam que o uso da Toxina Botulínica pode ser eficaz na melhora dos sintomas da depressão Se você já fez tratamentos estéticos, ou tem curiosidade sobre os mesmos, deve conhecer a Toxina Botulínica. É uma substância que paralisa temporariamente os músculos, e seu uso em procedimentos cosméticos para o rejuvenescimento é muito comum. Usos alternativos da toxina ocorre no tratamento de enxaquecas, espasmos musculares, sudorese excessiva, entre outros (já falei sobre isso em outro artigo do blog, se quiser relembrar, clique AQUI Além dos usos conhecidos e recomendados, estudos recentes têm demonstrado eficácia da toxina no tratamento de depressão. A depressão é transtorno de saúde altamente incapacitante e comum. De acordo com dados da OMS, o número de casos aumentou 18% em 10 anos. A Toxina Botulínica pode ser uma opção de tratamento eficaz para a depressão usada conjuntamente com antidepressivos. Como a toxina botulínica atua na melhora da depressão? Ninguém sabe exatamente. Algumas hipóteses possíveis foram levantadas: AUTO PERCEPÇÃO As rugas frontais (na testa) podem interferir na autoestima dos pacientes e na forma com que os outros os encaram. A toxina botulínica, reduzindo o enrugamento frontal, pode resultar em interações interpessoais positivas: expressões faciais mais felizes podem interferir no humor facilitando interações sociais. HIPÓTESE DO FEEDBACK FACIAL (MAIS ACEITA) Charles Darwin (1872) e  William James (1890) propuseram a teoria que expressões faciais devolvem informações para o cérebro, influenciando emoções tanto positiva quanto negativamente. Por exemplo, contrações da musculatura facial em sorriso ou enrugamento frontal podem induzir sensações de felicidade ou tristeza, respectivamente, causando alterações cerebrais específicas. Se essa hipótese for real, então, o tratamento com a toxina tem propriedades antidepressivas. Por exemplo, emoções como medo, tristeza ou raiva podem resultar na contração dos músculos da testa que causam as linhas de expressão na glabela. Nas pessoas deprimidas, a atividade dos músculos que causam essas carrancas aumenta. Bloquear esses estímulos com a Toxina Botulínica pode resultar em uma melhora do humor. Há algum efeito colateral? A aplicação da Toxina Botulínica é segura. No entanto, você pode notar alguns efeitos colaterais após sua aplicação, incluindo: Dor, inchaço ou hematomas próximos ao local da injeção; Dores de cabeça; Sintomas parecidos com o de uma gripe; Sobrancelha ou pálpebra caída; Olhos secos. Se quiser saber mais sobre toxina botulínica clique aqui BUSQUE SEMPRE AJUDA PROFISSIONAL!! É preciso ressaltar que a depressão é uma doença séria e deve ser SEMPRE diagnosticada e tratada por profissionais capacitados e competentes. A toxina botulínica pode ser um aliado forte se associado e combinado com tratamentos já em uso do paciente, nunca suspenda sua medicação sem orientação do seu psiquiatra. _______ Fontes: Treatment of Depression with Botulinum Toxin A; Facing depression with botulinum toxin: A randomized controlled trial; Treatment of Major Depressive Disorder Using Botulinum Toxin A: A 24-Week Randomized, Double-Blind, Placebo-Controlled Study; Treatment of depression with onabotulinumtoxinA: a randomized, double-blind, placebo-controlled trial; Botulinum toxin for depression: Does patient appearance matter? 6. Update: Botulinum Toxin for Depression: More Than Skin Deep.

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